domingo, 19 de dezembro de 2010

( I ) Mobilidade Urbana: conseqüências e balanços das tentativas de solução. RJ e SP - coletânea 1

De: Claudio Estevam Prospero
Enviada em: quarta-feira, 29 de setembro de 2010 11:10
Assunto: ( I ) Mobilidade Urbana: consequências e balanços das tentativas de solução. RJ e SP - coletânea 1

( I ) Mobilidade Urbana: conseqüências e balanços das tentativas de solução. RJ e SP  -  coletânea 1

Congestionamentos na Zona Norte do Rio de Janeiro tem propiciado um "ótimo mercado" para a "iniciativa privada dos arrastões".

Parece que na Via Anchieta (litoral sul de São Paulo) e Rua Oscar Freire também.

A cinco dias das eleições, o Rio continua enfrentando arrastões que estão levando pânico aos motoristas da Zona Norte à Zona Sul da cidade. ...

1.   G1 - Rio tem série de arrastões e assaltos a motoristas em menos ...

28 set. 2010 ... Na capital, crimes ocorreram em Anchieta, Pavuna e no Joá. ... na Baixada Fluminense, criminosos fecharam uma saída para a Via Dutra. ...g1.globo.com/.../rio-tem-serie-de-arrastoes-e-assaltos-motoristas-em-menos-de-24h.html

2.   G1 - Morador levou coronhadas e teve arma roubada em arrastão em ...

17 ago. 2010 ... Um dos moradores feitos reféns durante um arrastão em um condomínio de... Sentido SP da Via Anchieta segue interditado há mais de 5 horas ...g1.globo.com/.../morador-levou-coronhadas-e-teve-arma-roubada-em-arrastao-em-predio.html 


Lentidão nos kms 62 e 63 da Anchieta facilita arrastão - saopaulo ...

17 set. 2010 ... Lentidão nos kms 62 e 63 da Anchieta facilita arrastão ... quando parou num congestionamento de 11 quilômetros na Rodovia Anchieta. ...www.estadao.com.br/estadaodehoje/.../not_imp611079,0.ph

 

causam

Caminhões quebrados na via Anchieta causam lentidão em São Paulo .... Motoristas assustados, com medo de estar acontecendo um arrastão, abandonaram veículos ...

www.gpsinteligente.com.br/brazil_news/?tag=causam

 

Ladrões fazem arrastão na Rua Oscar Freire, em SP - Brasil - Hoje ...

2 set. 2010 ... 2 .Acidente interdita pista norte da via Anchieta no ABC ... de vigilância para pegar possíveis fitas com imagens da invasão e do arrastão. ...www.hojeemdia.com.br/.../ladr-es-fazem-arrast-o-na-rua-oscar-freire-em-sp-1.166868 -


Para nós, os XX % de cidadão que se locomovem em Sampa, que precisam / optam por se locomover em automóveis individuais, só resta reclamar da violência e pressionar por [mais] segurança. Estou lançando uma campanha: "Um policial ou segurança privada, armado (para quem puder pagar), em cada automóvel particular" 

 rs rs rs rs 

Falando sério:  vide abaixo

·         A sociedade do automóvel [1]

·         Think Blue  [2]

·         Velocidade média do trânsito de SP cai para 15 km/h; veja pontos de medição  [3]


·         Diretrizes e Propostas para o desenvolvimento do Plano de Mobilidade Sustentável de São Paulo [4]


[1] A sociedade do automóvel

Vivemos numa sociedade que tem sua base de funcionamento e sobrevivência na mobilidade, na possibilidade de movimentação, no direito de ir e vir, de enviar e receber. Quanto mais eficiente o deslocamento, melhor. Para isto necessitamos de um sistema de transporte.

Por razões econômicas, a nossa estrutura de transporte está praticamente toda baseada no uso intensivo de veículos motorizados. Esta regra, até hoje, faz sentido.

Também por várias razões, principalmente por perda de eficiência, é necessário mudar a forma como são realizadas nossas mobilidades. Praticamente não há mais espaço disponível para manter funcionando, de maneira adequada, o sistema de transporte baseado no veículo individual motorizado.

O automóvel passou de uma ferramenta da sociedade para um competidor do homem; e o homem tornou-se dependente de seu competidor.

Hoje, a questão dos transportes transcende as mobilidades e implica na manutenção da vida em si. É necessário equilibrar o sistema buscando racionalidade das mobilidades e o uso sensato de cada modo de transporte, motorizados e não-motorizados. Torna-se impossível manter a "sociedade do automóvel" como ela está hoje.

É utópico, praticamente irrealista, pensar numa sociedade sem veículos motorizados. Não se trata de lutar para extinguir os motorizados, mas redimensionar sua forma, seu uso, a dependência insana que temos deles. Temos que retomar espaços urbanos para uso e usufruto da vida.

a importância da bicicleta

Hoje, há muitas cidades onde mais da metade do espaço urbano é ocupado por beneficiamentos para automóveis. Não raro o pedestre tem seu direito de ir e vir impedido ou mesmo proibido.

Somos todos pedestres. E mais, pelo menos uns 10% da população brasileira tem algum tipo de deficiência de mobilidade que praticamente os impede de sair de casa. A estes 10% devem-se juntar pelo menos mais 5% que são crianças e idosos que também precisam de cuidados especiais.

Para que a vida de todos tenha qualidade é necessário oferecer boas condições de mobilidade, e para alcançar este objetivo é necessário rever a forma de utilização de espaço e as dinâmicas do trânsito. Ou seja, a qualidade de vida de todos depende na mudança da redução da fluidez dos motorizados.
A bicicleta tem neste contexto um papel muito importante porque sua velocidade (média de 15km/h) está entre a velocidade de um automóvel (média de 25km/h em cidades grandes) e do pedestre (4km/h). Nesta batalha por espaços a bicicleta é o elemento técnico do trânsito que abre caminhos para pedestres e outros não-motorizados.

Qualquer proposta ou projeto que vise melhorar as condições de conforto e segurança para ciclistas deve levar todos em consideração, principalmente os não-motorizados. Pensar a bicicleta isoladamente é contraproducente até para a segurança do próprio ciclista, além de provavelmente levar a um confronto com quem deveria ser aliado: os outros não-motorizados. Mais do que nunca vale aqui "a união faz a força".

pontos básicos

Quem são os não-motorizados? 

·  pedestres
·  pessoas com necessidades especiais (usuários de cadeira de rodas, muletas, ortopédicos; paraplégicos, tetraplégicos,.... aproximadamente 10% da população do Brasil)
·  crianças e idosos
·  ciclistas
·  skatistas, patins, triciclos,
·  outros

Para ter transporte eficiente, motorizado ou não motorizado: 
·  necessidade de espaço (particular, coletivo, público)   
·  espaço estático (estacionamento)   
·  espaço dinâmico (deslocamentos - vias)
·  qualidade do pavimento / fluidez
·  infra-estrutura - ordenamento
·  impacto social e ambiental positivo
·  respeito, bom senso, racionalidade e legalidade
·  eqüidade / equilíbrio através de negociação
·  manter sempre o foco na qualidade: máximo de segurança, eficiência e conforto para todos, usuários ou não do sistema de transporte
·  dar boa administração ao sistema
·  pensar a médio e longo prazo; estar sempre atento ao futuro

situação atual

Para ter eficiência nas mobilidades é necessário otimizar todas as opções de transporte oferecidas, existentes ou possíveis. É contra-producente imaginar que uma única opção do sistema por si só resolve todos os problemas. O bom funcionamento de nossa sociedade depende do respeito à diversidade e particularidades. O contrário traz desequilíbrio, falhas, custo alto de manutenção e, não raro, violência.

A mobilidade por bicicleta ou qualquer outro modo não-motorizado é mais que uma opção; é um direito básico e incontestável. Não-motorizados não devem ser encarados como um problema para a fluidez do trânsito motorizado.

O número de ciclistas, assim como de outros não-motorizados, cresce a cada dia. Há inúmeras razões para isto, sendo as principais o baixíssimo custo operacional e a escassez de espaço individual e coletivo. Mas poucas facilidades para segurança e conforto são implementadas, e as que são ocorrem de maneira muito lenta. O grande direcionamento continua sendo aumentar o fluxo, a velocidade média dos motorizados.

Hoje a bicicleta ainda é pensada como um elemento à parte, desintegrado do sistema de transporte. O correto é fortalecer todos modais de transporte, fortalecendo a qualidade individual de cada um e coletiva de todos por meio da integração. A bicicleta é ótima para preencher espaços dos curtos deslocamentos internos em bairros.

Toda a sociedade está acostumada a pensar seus deslocamentos e o uso da cidade a partir da ótica do automóvel. Mudar esta ótica requer paciência e persistência. Os responsáveis pelo trânsito e transporte respondem às demandas geradas pela sociedade e algumas vezes são obrigados a tomar posição que sabem não ser a ideal ou de bom futuro.

A Lei brasileira é complexa, de difícil aplicação, o que dificulta enormemente qualquer tentativa de mudança. Um conjunto de Leis impõe responsabilidade e ao mesmo tempo dá amplo poder e garantias à pessoa ou ao funcionário que assina um projeto. O resultado é a tendência de funcionários públicos ou responsáveis pela assinatura a não sair da linha conhecida, ou seja, a manutenção da política do sistema de transporte motorizado. Não-motorizados é um campo desconhecido, portanto perigoso para eles.

O perigo
Aqui, como em qualquer parte do mundo, a bicicleta é tida como algo simpático, mas vendida como um tanto frágil, perigosa. Pesquisas demonstram que esta visão não condiz com a verdade. Bicicleta é um veículo e, como qualquer outro veículo, quando mal conduzido leva a riscos.

O desenvolvimento rápido e desordenado de nossas cidades está despertando a população para considerar outras opções. O desequilíbrio aumenta a predisposição para tomar riscos na busca de saídas. O automóvel não é mais a única solução e o transporte coletivo precário não dá as respostas esperadas. Nessa situação a bicicleta vem transformando-se em possibilidade muito interessante. A pergunta é: o que acontecerá se parte da enorme demanda reprimida sair pedalando nas ruas?

Boa parte dos que assumiram a bicicleta como modo de transporte acabaram por descobrir na prática que os riscos existem, mas que são muito menores do que é normalmente dito. O mesmo está acontecendo com outros não-motorizados. O resultado é a descrença na ordem instituída, nas regras e Leis de trânsito.

Por outro lado, hoje o maior problema para a melhora das condições de segurança e conforto dos ciclistas é que eles e o setor não conseguem se fazer representar de maneira efetiva. E se não há representatividade, não há pressão, portanto não há mudanças.

O Brasil fechou os olhos para o surgimento e crescimento do uso da moto, o que gerou um número absurdo de acidentes e vítimas. O custo desta "desatenção" é enorme. Espero que a situação não se repita com ciclistas e outros não motorizados.                                                                                                                                                               


[2] Think Blue
Você sabia que a Volkswagen apresentou uma “obra de arte da mobilidade”, durante o Auto China 2010? Trata-se de uma bicicleta adequada ao conceito “Think Blue”. Ela não tem pedais, é dobrável, oferece freio a disco nas duas rodas e funciona a bateria, que pode ser recarregada no próprio carro, em corrente contínua ou numa tomada de corrente alternada comum. A “bike” foi concebida para se encaixar perfeitamente no compartimento do pneu estepe do carro. O Conceito de mobilidade deste equipamento é para que a bicicleta seja um complemento do carro. Assim, o motorista poderia deixar o carro num estacionamento fora dos grandes centros congestionados e trafegar com a bicicleta elétrica em zonas com tráfego elevado.
Veja vídeo em anexo.




05/03/2010 - 03h01
[3] Velocidade média do trânsito de SP cai para 15 km/h; veja pontos de medição
ALENCAR IZIDORO
EDUARDO GERAQUE
da Folha de S.Paulo



[4]  Diretrizes e Propostas para o desenvolvimento do Plano de Mobilidade Sustentável de São Paulo
Setembro de 2010



Disponível em:

nossasaopaulo.org.br/portal/arquivos/relatoriodirplanmobsp

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